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O Google colocou um preço de onze dígitos por ser a ferramenta de busca padrão no navegador Safari da Apple.

Documentos judiciais do processo antitruste do Departamento de Justiça dos EUA contra o Google revelam que a empresa-mãe Alphabet pagou US$ 20 bilhões em 2022 para ser o mecanismo de busca padrão, informa a Bloomberg. A divulgação, feita pelo vice-presidente sênior de serviços da Apple, Eddy Cue, foi a primeira confirmação do valor exato pago pelo Google para manter sua dominação como mecanismo de busca no navegador. O New York Times havia informado anteriormente que o Google pagou cerca de US$ 18 bilhões à Apple em 2021 para manter o mecanismo de busca do Google como opção padrão nos iPhones.

A relação do Google com a Apple, que está no centro do processo, tem se mostrado particularmente profunda. Os arquivos também revelam que, em 2020, os pagamentos do Google à Apple representaram 17,5% da receita operacional da empresa – uma fatia significativa do fluxo de caixa da Apple.

O Departamento de Justiça e vários estados dos EUA entraram com uma ação contra o Google em 2020, acusando a gigante da tecnologia de construir um monopólio ilegal nos mercados de mecanismos de busca e publicidade, principalmente por meio de acordos bilionários pagos a empresas de navegadores, como a Apple e outros. O Google argumentou que as pessoas usam seu mecanismo de busca porque é um produto útil.

Após três anos, o julgamento começou em setembro, com argumentos finais programados para quinta e sexta-feira.

Os documentos revelam também que a Apple estava analisando diversas propostas potencialmente lucrativas para a vaga padrão do seu navegador: a Microsoft ofereceu 90% da receita de publicidade em 2020 para fazer com que seu mecanismo de busca, o Bing, fosse o padrão no Safari, relatou a Bloomberg.

O Google tinha uma participação de mercado de quase 92% em fevereiro, de acordo com dados da Oberlo. Sua participação não caiu abaixo de 90% desde 2014 e tem sido o principal mecanismo de busca na maior parte das duas últimas décadas.

Mas Prabhakar Raghavan, vice-presidente sênior do Google responsável por busca, anúncios, comércio, pagamentos e outras áreas-chave, alertou os funcionários na semana passada que os tempos mudaram para o gigante das buscas. A empresa, ele acrescentou, precisa “mover-se mais rápido” para se adaptar ao novo mercado.