A chikungunya é uma doença muito incapacitante causada por um vírus transmitido pela picada de mosquitos do gênero Aedes. Ela traz sintomas como febre alta, manchas vermelhas na pele e, principalmente, inchaço e dor intensa nas articulações, que podem durar meses. Embora o risco de morte seja baixo, ele existe e, em algumas regiões, pode até superar a média nacional de óbitos por dengue.
Um estudo realizado por pesquisadores do Brasil, Estados Unidos e Reino Unido analisou amostras de sangue e tecidos de pessoas que faleceram devido à infecção grave por chikungunya. Comparando essas amostras com as de pessoas que tiveram formas mais leves da doença, os pesquisadores descobriram que o vírus se espalha por vários tecidos, inclusive o cerebral, causando inflamação intensa que danifica os órgãos.
Entre os órgãos afetados, foi observado dano extenso no cérebro, com sangramento e morte celular. Os cientistas descobriram que a chikungunya atua danificando a barreira hematoencefálica, facilitando a entrada do vírus no cérebro. Além disso, o vírus é capaz de infectar monócitos, células de defesa que atravessam a barreira hematoencefálica e contribuem para a propagação da infecção.
Apesar das informações relevantes trazidas pelo estudo, o tratamento atual consiste em analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios para aliviar os sintomas. A esperança está na chegada de uma vacina, aprovada nos EUA e em testes no Brasil, que poderá oferecer uma proteção eficaz contra a chikungunya.
