Fazer Bebês Gasta 10 Vezes Mais Energia do Que Era Estimado Antes

Um recente estudo revelou que o dispêndio de energia dos animais para se reproduzirem é muito maior do que se pensava anteriormente. Além dos custos diretos de procriação, a pesquisa considera os custos indiretos, representados pela energia desperdiçada em reações químicas, como calor, por exemplo.

Essa energia indireta gasta durante o processo de reprodução é significativamente superior à energia direta fornecida ao feto. Os resultados da pesquisa foram publicados recentemente na revista Science. Segundo Samuel Ginther, autor principal do estudo, o trabalho desafia diversos modelos biológicos de crescimento animal e suas histórias de vida.

Na reprodução, a mãe fornece energia ao feto desde a fertilização até o nascimento. Essa energia direta é responsável por transformar o tecido biológico em um novo indivíduo. Contudo, os custos indiretos, como carregar filhotes ou ovos e o aumento metabólico associado a essa fase da vida, sempre foram negligenciados.

O estudo analisou o gasto de energia de diversas espécies de animais, classificando-as em três grupos: ectotermos que põem ovos, ectotermos que dão à luz e mamíferos. Entre os mamíferos, os custos indiretos de energia durante a reprodução compõem cerca de 90% do total usado no processo.

Os cientistas afirmam que há muito a ser feito, uma vez que precisam medir os reais gastos energéticos e não apenas teorizá-los. No entanto, os resultados obtidos podem alterar a compreensão das trocas energéticas dos organismos em crescimento e sobrevivência, impactando questões como tamanho corporal e longevidade. Além disso, o estudo também aponta para os possíveis riscos que as mudanças climáticas poderão acarretar para os animais, especialmente os ectotermos, cujo metabolismo é sensível à temperatura ambiente.