A Microsoft implantou um modelo de IA generativa na quinta-feira para agências de inteligência dos EUA analisarem informações ultrassecretas, conforme relata a Bloomberg. A Microsoft anunciou a oferta de IA na Expo de Competitividade Nacional da SCSP AI de 2024 em Washington, D.C. na terça-feira. O modelo baseado no GPT-4 foi criado para ser totalmente desconectado da internet, permitindo processar com segurança dados classificados.
“Esta é a primeira vez que temos uma versão isolada – quando isolada significa que não está conectada à internet – e está em uma rede especial acessível apenas pelo governo dos EUA”, disse William Chappell, diretor de tecnologia da Microsoft para missões estratégicas e tecnologia, à Bloomberg. “Você não quer que aprenda com as perguntas que você está fazendo e depois de alguma forma revele essas informações.”
As comunidades de inteligência estavam desesperadas por um produto semelhante ao ChatGPT, mas os riscos de segurança com produtos de IA generativa são muito altos. Chappel diz à Bloomberg que este modelo implantado na semana passada é seguro, graças a um ambiente de nuvem “isolado” que o mantém separado da internet. Enquanto a maioria dos modelos de IA aprendem com arquivos carregados neles, este modelo de espionagem GPT-4 não o fará. Dessa forma, o governo pode manter esse modelo “limpo” e impedir que informações secretas sejam absorvidas pela plataforma.
Este parece ser o primeiro modelo de IA criado especificamente para cargas de trabalho classificadas, bem como o primeiro grande modelo de linguagem a operar totalmente separado da internet. No ano passado, a Agência Central de Inteligência lançou sua própria ferramenta de IA estilo ChatGPT para vasculhar montanhas de informações públicas. No entanto, esse modelo de IA não foi usado em nenhuma documentação classificada. Outras agências governamentais, incluindo o Escritório de Administração da Pensilvânia, usam IA generativa para trabalhar com dados não classificados.
A CIA e o Escritório do Diretor de Inteligência Nacional não responderam imediatamente aos pedidos do Gizmodo para comentar.
Segundo a Bloomberg, a Microsoft passou os últimos 18 meses trabalhando neste modelo de espionagem GPT-4, que incluiu uma reformulação de um supercomputador de IA existente em Iowa. O modelo está ativo há menos de uma semana e ainda precisa passar por testes e credenciamento pela comunidade de inteligência.
Essa implantação de um modelo de IA para cargas de trabalho ultrassecretas ocorre em um momento crítico para a reputação de cibersegurança da Microsoft. O Departamento de Segurança Interna dos EUA emitiu recentemente uma revisão contundente das práticas de segurança da Microsoft, culpando o provedor de nuvem por expor os e-mails de altos funcionários do governo. O relatório afirmou que a cultura de segurança da Microsoft “requer uma reformulação”. Isso levou o CEO Satya Nadella a dizer recentemente aos funcionários que a segurança é agora a “principal prioridade” da Microsoft.
Ao mesmo tempo, a Microsoft não tem se esquivado de desenvolver ferramentas de IA para agências governamentais. Um relatório de abril do The Intercept revelou que a versão da Microsoft Azure do DALL-E foi apresentada como uma ferramenta de combate para o Departamento de Defesa dos EUA. A Microsoft há muito tempo trabalha com militares e agências governamentais, embora a introdução de IA seja relativamente nova.
