Hospital Universitário Da USP Coordenará Validação De Novos Critérios Para Sepse Em Crianças

Para tornar mais fácil a adoção dos critérios no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria publicou um resumo dos novos critérios para identificar a sepse, disponível para médicos associados. Essas diretrizes devem ser incorporadas globalmente nos serviços de saúde, pesquisas científicas e controle de qualidade. Apesar das mudanças, os novos critérios não afetam a classificação da sepse e choque séptico.

Agora, os critérios serão testados em centenas de UTIs na América Latina em um estudo coordenado pelo Hospital Universitário (HU) da USP e pelo Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas).

Diferentemente dos adultos, a pressão baixa em crianças é um sinal de que a doença está avançada. Isso torna a detecção da sepse em crianças mais desafiadora. Os novos critérios são baseados em uma pontuação que considera sinais respiratórios, cardíacos, de coagulação e neurológicos.

Além disso, a identificação da sepse pediátrica envolve uma gama de sinais vitais diferentes em comparação com a doença em adultos, devido à imaturidade do sistema imunológico e comorbidades. Nos estágios iniciais, as crianças podem apresentar febre, palidez, respiração rápida, entre outros sintomas.

A doença é mais comum em países de baixa e média renda. A falta de conhecimento sobre a doença, saneamento básico precário, higiene deficiente, desnutrição, baixa cobertura vacinal e dificuldade de acesso aos serviços de saúde favorecem a ocorrência de sepse.

A rapidez no atendimento é crucial, especialmente em crianças, pois a sepse é uma doença tempo-sensível. A OMS considera a sepse uma prioridade de saúde global, devido ao alto número de casos e óbitos.

De acordo com a especialista, a sepse pode ser desencadeada por vírus, bactérias, fungos ou protozoários. A resposta desregulada do sistema imunológico é o que caracteriza a sepse, levando a danos nos órgãos.

Os novos critérios para identificação da sepse são mais precisos e sensíveis, sendo válidos tanto em países de alta renda quanto em países de baixa e média renda. A participação da USP em estudos globais reforça a importância de produzir conteúdo de qualidade e superar desafios no ambiente científico.