Pesquisa Demonstrou Relação Entre Poluição e Riscos Cardíacos em Moradores de São Paulo

Um estudo inédito realizado por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) em parceria com a FAPESP revelou que a exposição prolongada à poluição atmosférica está diretamente relacionada ao aumento dos riscos cardíacos em moradores da capital paulista, principalmente em indivíduos hipertensos. A pesquisa, publicada na revista Environmental Research, analisou autópsias de 238 pessoas e dados epidemiológicos, identificando uma associação significativa entre a presença de partículas de carbono negro nos pulmões e a fibrose cardíaca. Isso indica que quanto mais tempo uma pessoa é exposta à poluição, maior a probabilidade de desenvolver problemas cardíacos.

Além disso, o estudo apontou que o risco é ainda maior para indivíduos hipertensos, sendo que a presença de marcadores de doenças cardíacas está diretamente relacionada ao aumento da exposição à poluição, tanto em fumantes quanto em não fumantes. Os resultados também destacam a importância da autópsia na investigação dos efeitos do ambiente urbano e dos hábitos pessoais na determinação de doenças, conforme ressaltado pelos pesquisadores.

Diante desse cenário, o estudo reforça a necessidade de medidas eficazes para reduzir a exposição da população à poluição do ar, como ações para a redução das emissões de veículos, o estímulo ao transporte público sustentável e o incentivo a fontes de energia limpa. A pesquisa fornece evidências concretas sobre os impactos da poluição atmosférica na saúde cardiovascular e destaca a importância de se pensar em estratégias que visem mitigar esses efeitos prejudiciais à saúde pública.