Cratera Russa “Portão Do Inferno” Cresce 1 Milhão De Metros Cúbicos Por Ano

No interior da Sibéria, na remota República russa de Sakha, encontra-se uma cratera que está se expandindo constantemente. Um estudo realizado por cientistas alemães e russos revelou que o aumento do chamado “Portão do Inferno” está se acelerando, o que é preocupante.

De acordo com a pesquisa publicada na revista Geomorphology, a área em expansão pode atingir até um milhão de metros cúbicos por ano, criando uma forma de tigela no buraco. No total, a parede da encosta da cratera de Batagaika está recuando cerca de 12 metros por ano, com variações nesse valor. Imagens da cratera podem ser visualizadas no vídeo.

Nos últimos anos, a taxa de recuo das paredes da cratera variou de cinco a 15 metros por ano, conforme relatou o líder do estudo, Alexander Kizyakov, ao Atlas Obscura. Utilizando dados de amostras coletadas em campo, imagens de satélite e sensoriamento remoto, ele e uma equipe de 12 pesquisadores criaram uma visão 3D da velocidade de crescimento do “Portão do Inferno”.

A cratera de Batagaika está localizada sobre permafrost, um solo permanentemente congelado por mais de dois anos, comum no Hemisfério Norte do planeta. O permafrost desta cratera permaneceu congelado por 650 mil anos, sendo o mais antigo da Sibéria e o segundo mais antigo do mundo. No entanto, em 1991, uma área desse solo afundou após o colapso de uma encosta em Yana, formando a cratera de Batagaika.

O derretimento do permafrost, que tem agora aproximadamente cinco mil toneladas de carbono por ano, é uma preocupação devido ao risco de liberar dióxido de carbono e outras substâncias. O ciclo de aquecimento global é a principal causa da formação e evolução da cratera, sendo um problema que compromete a vegetação local e contribui para o agravamento do aquecimento global.

Os pesquisadores alertam que a cratera de Batagaika continuará a crescer devido às altas temperaturas na região, que estão consistentemente acima da média. No entanto, o espaço subterrâneo para seu crescimento é limitado, uma vez que o derretimento do permafrost está prestes a atingir o leito rochoso. As laterais da cratera, no entanto, ainda podem expandir.