Nova Técnica Pode Recuperar Ecossistemas Raros e Reduzir Impacto da Mineração na Serra dos Carajás (PA)

Cientistas realizaram testes em laboratório para validar uma metodologia que auxilia na formação de crostas ricas em ferro na região amazônica da Serra dos Carajás, no Pará. Os resultados foram publicados na revista “Frontiers in Microbiology” e são fruto de um trabalho conjunto do Instituto Senai de Inovação em Tecnologias Minerais, do Instituto Tecnológico Vale (ITV) e das universidades federais do Pará (UFPA) e Fluminense (UFF).

Os tratamentos mais eficazes envolveram a adição de açúcar para estimular o crescimento bacteriano e a introdução de bactérias que utilizam o ferro como fonte de energia. A atividade desses microrganismos contribuiu para a formação de biofilmes de ferro entre os fragmentos de canga, provocando o endurecimento da superfície.

O experimento buscou simular as condições ambientais que resultaram na formação das crostas ao longo de milhões de anos para identificar possíveis cenários de restauração do ecossistema. As amostras foram expostas a diferentes estímulos relacionados à ação das bactérias e comparadas com um grupo controle.

A ideia é utilizar essa metodologia para restaurar os ambientes impactados pela mineração na região de Carajás, protegendo espécies vegetais raras que só existem nesse local. Atualmente, os pesquisadores estão avaliando a atividade dos microrganismos na região para otimizar o processo de inoculação das bactérias nas crostas. O próximo passo é testar o método em condições reais, fora do laboratório, para verificar a viabilidade da técnica.