Libertação de Presos – Pesquisa Mostra Causas de Morte após Prisão em 8 Países (Inclui Brasil)

Um recente estudo da renomada revista científica The Lancet, divulgado no dia 10 de abril, identificou as principais causas de morte após períodos de prisão. O levantamento, que abrangeu oito países, incluindo o Brasil, revelou que os ex-detentos apresentam uma saúde mais fragilizada e estão mais suscetíveis a mortes evitáveis em comparação com a população em geral.

Financiado pelo Conselho Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da Austrália, o estudo analisou os registros de incidência, momento, causas e fatores de risco para mortalidade após a soltura dos presos. Foram examinados mais de 1,4 milhão de casos de ex-detentos em diferentes países, considerando variáveis como idade, sexo e região.

Entre as mais de 75 mil mortes analisadas, foi observada uma taxa de mortalidade mais elevada durante a primeira semana após a libertação. As principais causas de morte nesse período foram intoxicação por álcool e drogas, assim como doenças cardiovasculares. No entanto, no Brasil, as mortes por violência interpessoal predominaram.

Com o passar do tempo, as causas de morte variaram e passaram a incluir suicídio, lesões acidentais e doenças não transmissíveis. As doenças infecciosas, como o HIV, foram responsáveis por apenas 3,5% de todas as mortes, com taxas semelhantes entre homens e mulheres e mais altas em faixas etárias mais avançadas.

Diante do cenário de mais de 10 milhões de pessoas encarceradas em todo o mundo, o estudo ressalta a importância de investimentos em cuidados de saúde e monitoramento da mortalidade pós-liberação.