Palmer Luckey diz que é uma “certeza” que sistemas de inteligência artificial matarão inocentes em guerras do futuro, de acordo com uma entrevista recente que o magnata de tecnologia concedeu ao Bloomberg News. É por isso que Luckey destaca que é absolutamente crucial manter os seres humanos no controle quando os sistemas de IA são implantados pelo exército dos EUA.
“Haverá pessoas que serão mortas pela IA que não deveriam ter sido mortas. Isso é certo se a inteligência artificial se tornar uma parte fundamental da forma como travamos guerras”, disse Luckey. “Precisamos garantir que as pessoas sejam responsáveis por isso, pois isso é a única coisa que nos levará a soluções melhores e a menos mortes acidentais, menos vítimas civis.”
Embora Luckey reconheça os perigos potenciais da IA, ele argumenta que ela pode resolver problemas existentes que são, indiscutivelmente, mais mortais para pessoas inocentes do que a tecnologia existente hoje em dia.
“Eu não quero que a IA faça essas coisas, mas muitas vezes as tecnologias existentes são muito piores”, disse ele.
Luckey, que vale cerca de US$ 2,3 bilhões, segundo a Forbes, é alguém que entende do assunto, pelo menos quando se trata de considerações sobre tecnologia futura na guerra. O nativo de Long Beach fundou a empresa de óculos de realidade virtual Oculus e foi afastado depois que ela foi comprada pelo Meta. Atualmente, ele comanda a Anduril, que possui bilhões de dólares em contratos com o Departamento de Defesa dos EUA. Luckey foi forçado a sair do Meta depois de fazer uma doação em 2016 para um PAC alinhado com o ex-presidente Donald Trump, de acordo com o Wall Street Journal.
O vídeo da entrevista de Bloomberg com Luckey, conduzida por Emily Chang, aborda diversas questões, desde a ameaça geopolítica da China até sua saída do Meta. Curiosamente, Luckey parece relutante em sequer pronunciar o nome de Trump.
“A questão é que eu na verdade não sou tão político quanto as pessoas pensam”, disse Luckey a Chang. “Fui expulso do Vale do Silício porque fiz uma doação política de US$ 9.000. A razão pela qual as pessoas prestam atenção nisso no final do dia é porque é algo novo para uma pessoa do ramo da tecnologia ter apoiado a pessoa que se tornou presidente naquele ano.”
“A pessoa que se tornou presidente naquele ano”, como Chang aponta no vídeo, era Trump, um homem que continua sendo uma ameaça à segurança dos EUA e estranhamente aparece à frente do presidente Joe Biden nas pesquisas, se o último do New York Times for a ser acreditado.
O vídeo de 30 minutos sobre Luckey e sua empresa está disponível no YouTube e vale a pena ser assistido na íntegra para compreender como os empreiteiros de defesa do mundo da tecnologia estão atualmente pensando no futuro. Porque não importa quem vence em novembro, parece que Luckey estará construindo sistemas tecnológicos avançados focados no futuro da guerra por muitas décadas. E vale a pena ouvir o que essas pessoas têm a dizer, se não for apenas para entender para onde vão US$ 850 bilhões em fundos dos contribuintes todos os anos.
