O manejo inadequado resulta na descaracterização do Cerrado e na redução da resiliência às mudanças climáticas.

Com a rápida destruição do Cerrado e a falta de manejo adequado das áreas remanescentes, extensas regiões do território brasileiro estão se transformando em cerradão, uma formação florestal com baixa biodiversidade. Cientistas estão investigando se o cerradão consegue preservar a biodiversidade do Cerrado ou se evoluirá para um tipo de floresta distinta. Um estudo de longo prazo focou nesse tema, analisando as mudanças ao longo de 14 anos em um cerradão na Estação Ecológica de Assis, em São Paulo. O local estudado está protegido do fogo há décadas, mostrando como as árvores se desenvolveram sem a influência de queimadas regulares. Os resultados revelaram que mais da metade das árvores morreram em 14 anos, enquanto novas espécies prosperaram. A composição das espécies também mudou, com espécies típicas de Cerrado desaparecendo e outras se adaptando ao ambiente sombreado do cerradão. Essas mudanças são preocupantes do ponto de vista da conservação, já que a área não está contribuindo para a preservação da flora do Cerrado e é mais vulnerável a colapsos durante secas prolongadas. O estudo destaca a importância de políticas públicas de conservação e restauração da biodiversidade, especialmente diante dos desafios da mudança climática.