Como as enchentes no RS afetam a fauna e flora aquáticas

Peixes, anfíbios e outras espécies aquáticas impactadas pelas cheias no Rio Grande do Sul sofrerão consequências ambientais devastadoras, semelhantes às vivenciadas pela flora e fauna terrestres. A avaliação foi feita por um professor do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Evolução da Biodiversidade da Pontifícia Universidade Católica do estado (PUC-RS).

Segundo o professor, os animais aquáticos estão sendo arrastados pelas águas das enchentes, tanto na serra quanto nas planícies. Na serra, as fortes correntezas arrastam peixes e anfíbios das cidades e da fauna local, enquanto nas planícies, as águas que transbordam dos rios levam a fauna para áreas urbanas.

Apesar dos impactos, a recuperação da fauna aquática não deve demorar muito, de acordo com o professor. Ele acredita que os animais aquáticos são resilientes e poderão recolonizar as áreas afetadas dentro de um a dois anos. A introdução de espécies novas no ecossistema é uma preocupação, especialmente a piranha, que tem sido registrada na região do Guaíba.

O professor também ressalta que as comunidades biológicas são dinâmicas e adaptáveis, o que permite sua recuperação após catástrofes naturais. Ele destaca que as áreas já alteradas pela ação humana terão um processo de recuperação mais lento, podendo afetar espécies ameaçadas de extinção.

A recuperação da fauna e flora dos lagos e rios no estado após a tragédia climática pode levar décadas, especialmente nas regiões mais afetadas. Em meio às mudanças climáticas globais, a região gaúcha terá que se adaptar a um novo equilíbrio, em constante mudança, o que exigirá esforços contínuos de preservação ambiental.