Tétano acidental: ferimentos por destroços em enchentes podem causar infecção grave

Cerca de quatro milhões de brasileiros vivem em áreas de risco e estão vulneráveis aos impactos causados por chuvas intensas, enxurradas, inundações e deslizamentos de terra – os dados são do Serviço Geológico do Brasil, órgão vinculado ao Ministério de Minas e Energia. Além dos desastres naturais, como os ocorridos no início de maio de 2024 e em setembro de 2023 no Rio Grande do Sul, e no litoral norte de São Paulo em fevereiro do mesmo ano, que podem levar a diversas doenças, incluindo o tétano acidental.

O tétano é uma infecção aguda provocada pela bactéria Clostridium tetani, presente em vários tipos de objetos e materiais, como metal, madeira, vidro, terra, fezes e água suja. Situações como enchentes aumentam o risco de contaminação, pois destroços e entulhos podem causar ferimentos na população. A bactéria entra no organismo através de ferimentos e produz uma toxina potente chamada tetanospasmina, que afeta o sistema nervoso central.

O Ministério da Saúde registrou mais de 500 casos de tétano acidental no país entre 2021 e 2023, com alta taxa de letalidade. É essencial ficar atento aos sintomas, como febre, contrações musculares dolorosas, rigidez dos membros e do abdômen, dores de cabeça e nas costas. O tratamento envolve o uso do soro antitetânico, produzido pelo Instituto Butantan a partir do plasma de equinos imunizados.

Para prevenir o tétano, é fundamental utilizar equipamentos de segurança, como luvas, botas e capacete, e manter a vacinação em dia. A vacina contra o tétano é administrada durante a vida, com doses específicas para cada faixa etária. Desde sua inclusão no Programa Nacional de Imunizações em 1992, a vacina contribuiu significativamente para a redução dos casos de tétano no Brasil.