Como agir ao encontrar animais peçonhentos durante as enchentes. Saiba mais.

O perigo do contato humano com animais peçonhentos, como aranhas, escorpiões e serpentes, aumenta em áreas afetadas por enchentes. Isso acontece porque esses animais buscam se proteger do alagamento refugiando-se em locais secos, como abrigos ou estabelecimentos não inundados, onde as pessoas se concentram. Além disso, alguns animais não conseguem chegar ao local de refúgio e acabam morrendo no caminho. Em ambas as situações, é importante adotar medidas sanitárias para evitar possíveis envenenamentos por picadas e infecções decorrentes do contato com animais mortos.

Durante as enchentes, alguns animais peçonhentos conseguem se alojar no topo das árvores ou são arrastados em troncos até alcançar áreas secas. As cobras, em particular, podem nadar por algum tempo até encontrar um local seguro. É importante ficar atento, pois as cobras, assim como os seres humanos e os animais domésticos, ficam mais estressadas devido à perda de seu habitat natural, aumentando assim o risco de acidentes. Nas áreas afetadas por enchentes, as serpentes mais perigosas são a jararaca, a cascavel e a coral verdadeira, que são venenosas.

Para evitar acidentes com animais peçonhentos, é fundamental não mexer, sem proteção, em buracos, frestas ou locais com entulho, onde aranhas, escorpiões e cobras podem se esconder. O ideal é utilizar cabos de vassoura, enxadas ou pedaços compridos de madeira para mexer em móveis, preferencialmente usando luvas, botas ou calçados fechados.

Caso encontre algum animal peçonhento vivo, não tente identificar ou capturá-lo. O correto é não se aproximar e acionar o Corpo de Bombeiros, o Centro de Controle de Zoonoses ou a Defesa Civil para fazer a captura segura do animal. Identificar animais domésticos com nome completo, cidade e número de telefone ajuda no resgate e aumenta as chances de devolução no futuro. Não deixe os animais acorrentados, pois a fuga pode ser a diferença entre a vida e a morte.

Em caso de acidente com animal peçonhento, procure atendimento médico o mais rápido possível para receber o soro antiveneno. É fundamental manter a vítima deitada e em repouso até receber o atendimento de saúde, evitando que se locomova por conta própria. Lave o local da picada com água e sabão e não faça torniquete ou garrote no local.

Para remover carcaças de animais mortos, é importante adotar cuidados sanitários adequados para evitar infecções. Lave bem as mãos ou utilize luvas para prevenir infecções por Salmonella spp. e Escherichia coli, bactérias que podem causar doenças graves. Cubra as mãos com luvas ao recolher os restos dos animais e desinfete roupas e sapatos após a remoção.

Em situações de enchentes no Rio Grande do Sul, é recomendado entrar em contato com a Polícia Ambiental (Patram) ou com a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema-RS) para a remoção de animais e receber orientações adicionais.