antes e depois satélite brasileiro mostra dimensão da tragédia no RS

Imagens capturadas pelo satélite brasileiro Amazônia 1, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), revelam o impacto devastador das enchentes que causaram uma tragédia no estado do Rio Grande do Sul (RS).

Na última semana, o satélite registrou uma área correspondente a 57% do território gaúcho. As fotos feitas nos dias 20 de abril e 6 de maio mostram a inundação nas principais bacias hidrográficas afetadas pelas chuvas intensas.

O estado do Rio Grande do Sul tem uma extensão total de mais de 281 mil km². A imagem capturada abrange cerca de 160 mil km², com aproximadamente 400 km de largura, desde a região de Santa Maria até o litoral gaúcho, e 400 km de altura, englobando o Noroeste, acima de Passo Fundo, até a Lagoa dos Patos.

A imagem evidencia a inundação das principais bacias afetadas pelas cheias, como Jacuí, Caí e Taquari, além dos rios Pardo, dos Sinos e o Guaíba.

Segundo o pesquisador Laércio Namikawa, do Inpe, em eventos de enchentes de grande escala como esse, o satélite desempenha um papel essencial, permitindo visualizar a situação de forma global. Isso auxilia na identificação dos locais com maiores danos, possibilitando uma resposta mais organizada.

Além disso, as imagens adquiridas com a colaboração internacional da Carta Internacional Espaço e Grandes Desastres permitem direcionar satélites para registrar imagens que auxiliem nas medidas de resposta a desastres, como as mais de 800 imagens adquiridas para o desastre no Rio Grande do Sul.

O uso dessas imagens de satélite possibilita analisar a extensão dos danos em áreas agrícolas, industriais e residenciais, como no caso da busca pelas localizações de silos de grãos afetados pelas enchentes.

O satélite Amazônia 1, equipado com a câmera de visão ampla (sensor WFI), está em órbita baixa a cerca de 700 km da Terra, com capacidade única no mundo. Desenvolvido para monitorar o desmatamento na Amazônia, o equipamento consegue visualizar uma área de 800 km de largura, com resolução espacial entre 55 e 64 metros.

Além do Amazônia 1, o sensor desenvolvido no Brasil também está presente nos satélites CBERS 4 e CBERS 4A. A frequência de aquisição de imagens varia de três a cinco dias, dependendo do satélite, garantindo monitoramento constante do território brasileiro.