Eventos climáticos extremos deslocam mais pessoas do que guerras em 2023

A Organização Internacional de Migrações (OIM) divulgou recentemente o relatório do IDMC (Centro de Monitoramento de Deslocamentos Internos), correspondente ao ano anterior. Segundo os dados apresentados, o Brasil contabilizou 745 mil deslocamentos no interior do país devido a desastres naturais e eventos climáticos extremos.

Com isso, o Brasil se encontra em sexto lugar no ranking dos países mais afetados por esses deslocamentos internos forçados no último ano. Outros países que contabilizaram um maior número de deslocamentos foram China, Filipinas, Somália, Bangladesh, Mianmar e Paquistão.

É importante ressaltar que essa lista engloba apenas deslocamentos internos, excluindo casos de refugiados que buscam asilo em outros países.

No Brasil, o registro de 745 mil deslocamentos internos representa um recorde. O país nunca havia alcançado uma quantidade tão expressiva de pessoas deslocadas por motivos de desastres naturais e eventos climáticos extremos desde que os registros começaram em 2008.

A região da Amazônia sofreu com uma transição do período de chuvas intensas para a pior seca em um século, devido aos efeitos do La Niña e El Niño. Enquanto no Sul e Sudeste as chuvas intensificaram, resultando em 183 mil deslocamentos internos.

Estes deslocamentos causados por desastres naturais superam os causados por guerras, repressões e violências, representando um desafio. A OIM prevê um aumento desses números nos próximos anos devido às mudanças climáticas, enfatizando a importância da redução de riscos de desastres e proteção dos Direitos Humanos.