A pós-graduação stricto sensu do Brasil ultrapassou a marca de 350 mil matriculados em 2023, mantendo uma estabilidade entre 2021 e 2022. Houve um aumento de mais de 35 mil ingressantes nos cursos de mestrado e doutorado no último ano. Os dados foram apresentados pelo Ministério da Educação (MEC), por meio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), em reunião do Conselho Nacional de Educação (CNE).
Em 2021, o Brasil tinha 322.969 mestrandos e doutorandos e 7.163 cursos de pós-graduação stricto sensu, com uma média de 45 matriculados por curso. No ano seguinte, esses dados subiram para 325.311 e 7.027, mantendo a média. Já em 2023, foram registrados 360.648 e 6.979, com um aumento de matrículas para 52.
A presidente da Capes, Denise Pires de Carvalho, destacou o reajuste de 40% no valor das bolsas em 2023 como um fator crucial para o aumento da procura pelos programas de pós-graduação, visto que não ocorria há dez anos. Ela ressaltou ainda a importância do Brasil continuar formando pessoal altamente qualificado.
O Brasil possui 0,2% de doutores em relação à população total, enquanto a média da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 1,1%. Para se tornar um país desenvolvido, será necessário aumentar o número de doutores. O Plano Nacional de Educação (PNE) estabeleceu metas de formar 60 mil mestres e 25 mil doutores por ano, comparado com os Estados Unidos, que formam anualmente 180 mil doutores e 800 mil mestres.
O avanço da pós-graduação no Brasil tem sido marcado, ao longo dos últimos 50 anos, por um processo avaliativo em constante aperfeiçoamento. O diretor de Avaliação da Capes, Antonio Gomes, afirmou que é um sistema completo e agora precisa integrar o planejamento e a autoavaliação dos programas. Para ele, os programas de pós-graduação precisam ser avaliados com base em suas propostas iniciais, e a avaliação deve induzir, sem tutorar, as atividades dos programas.
