Até o momento, vários cientistas exploraram a busca pela carne de laboratório perfeita. Para isso, muitos utilizam bases provenientes de vegetais. Agora, um pesquisador está desenvolvendo um hambúrguer de mofo.
O fungo utilizado é o koji, comum na culinária oriental e já utilizado em produtos fermentados como saquê, shoyu e missô. No entanto, ele serve como base para algumas edições genéticas e muita experimentação.
Vayu Hill-Maini é um chef convertido em bioengenheiro que vem pesquisando o mofo koji, cientificamente conhecido como Aspergillus oryzae. Em suas pesquisas, ele usou o método CRISPR-Cas9 para editar o genoma do microrganismo, a fim de aumentar a quantidade de uma molécula de ferro chamada heme, presente nos tecidos animais e fundamental para o sabor e a cor da carne.
Além de aumentar o heme, Hill-Maini também aumentou um antioxidante chamado ergotioneína, relacionado a benefícios para a saúde cardiovascular. Dessa forma, conseguiu transformar o koji de branco para vermelho, ajustando a umidade do mofo e tornando-o moldável como um hambúrguer.
No entanto, o produto final ainda não está pronto para consumo, pois o pesquisador planeja alterar a textura do mofo e adicionar ácidos graxos para enriquecer o hambúrguer com nutrientes.
Segundo a equipe de pesquisa, o hambúrguer de mofo será uma alternativa à carne com uma menor pegada ambiental, pois não requer o cultivo de gados. No entanto, estudos apontam que o processo de cultivo em laboratório, em larga escala, terá uma pegada de carbono prejudicial à natureza, estimada em até 25 vezes maior que a da carne bovina vendida nos mercados atualmente.