Anemia e deficiência de nutrientes diminuem, mas excesso de peso aumenta em crianças até 5 anos

Circularam novamente no noticiário imagens de crianças yanomamis desnutridas em janeiro, um ano após ter sido decretada emergência em saúde pública no território ocupado por essa etnia no extremo norte do Brasil. O governo federal tomou essa decisão após 307 crianças terem se recuperado. Essas cenas chocam por revelarem um grave problema de saúde que persiste entre as populações indígenas décadas após ter sido eliminado no restante do país, onde está se consolidando o excesso de peso já na infância.

Um estudo publicado em outubro de 2023 mostrou um aumento significativo na proporção de crianças brasileiras com peso acima do recomendado para idade e altura. A pesquisa comparou a situação nutricional de milhares de crianças menores de 5 anos em dois levantamentos realizados em 2006 e 2019. Durante esse período, a proporção de crianças com excesso de peso aumentou de 6% para 10,1%.

O excesso de peso na infância é um problema sério, pois geralmente persiste até a idade adulta e é um fator de risco para doenças como diabetes e colesterol elevado. O aumento na incidência de crianças com excesso de peso é um fenômeno global, e a Organização Mundial da Saúde relatou que passou de 4,9% em 2000 para 5,6% em 2019.

É essencial que as autoridades brasileiras alarmem-se com os dados do Estudo Nacional de Alimentação e Nutrição Infantil (Enani) de 2019. Se não houver medidas para modificar o padrão de ganho de peso, espera-se que uma proporção significativa dessas crianças desenvolva sobrepeso ou obesidade na idade adulta.