Frequência de transtornos mentais duplica entre a infância e a adolescência

Transtornos psiquiátricos podem surgir desde a infância, mas se tornam mais comuns na adolescência e no início da vida adulta, causando um grande impacto social e econômico. Um estudo internacional liderado pelo psiquiatra brasileiro Christian Kieling estimou que, em 2019, cerca de 293 milhões de pessoas entre 5 e 24 anos apresentavam sintomas de pelo menos um dos 11 transtornos mentais avaliados. Essa proporção equivale a 11,6% da população mundial nessa faixa etária.

A pesquisa mostrou que a prevalência dos transtornos varia ao longo das diferentes faixas etárias, sendo mais baixa dos 5 aos 9 anos e atingindo valores mais altos dos 10 aos 14 anos, permanecendo estável nos grupos etários subsequentes. Além disso, a depressão e a ansiedade aumentam continuamente até o início da vida adulta, enquanto problemas como o TDAH e transtorno de conduta têm ocorrência mais precoce e se tornam menos prevalentes com o tempo.

Os transtornos mentais na infância e adolescência são um momento crítico para intervenções a fim de prevenir ou reduzir os impactos negativos na vida dessas pessoas. O estudo também destacou a importância de diagnósticos precoces e tratamentos adequados, indicando que a infância e adolescência são fases essenciais para a saúde mental ao longo da vida.

Além disso, a pesquisa avaliou o impacto desses transtornos na vida das pessoas, destacando que os transtornos mentais nessa faixa etária foram responsáveis por uma quantidade significativa de anos vividos com incapacidade. Portanto, investir em prevenção e tratamento precoce desses transtornos é fundamental para garantir o bem-estar e a qualidade de vida desses jovens.