Há momentos na vida que são tão significativos que as pessoas se envolvem tanto que esquecem de registrar com fotos. Somente depois que o momento prazeroso já passou é que se percebe a importância de ter guardado uma lembrança, uma fotografia de lembranças.
Uma situação semelhante deve ter ocorrido com você – e com muitas pessoas ao redor do mundo. E é justamente para resolver esse problema que um grupo de pesquisa está trabalhando. Eles já estão testando o uso de inteligência artificial para recuperar posteriormente as memórias perdidas.
O projeto Synthetic Memories faz parte do movimento dos Domestic Data Streamers. Ao utilizar modelos de IA e os dados do cérebro de uma pessoa, a equipe por trás do projeto é capaz de criar uma fotografia de memória.
Assim, eles desenvolvem imagens de um evento que, até então, estava registrado apenas na memória. Em geral, a promessa é criar fotos que pareçam ter sido capturadas no momento do evento.
O último teste foi feito com Maria, uma mulher espanhola de 84 anos que vive em Barcelona. Para o projeto, ela contou sobre ter uma memória muito viva de tentar avistar seu pai, que estava preso em um local em frente à sua casa na época.
Com base na análise de sua memória e seus relatos, os pesquisadores puderam criar uma fotografia de lembrança. Na imagem, Maria está na varanda de sua casa, procurando seu pai do lado de fora.
Para gerar a fotografia de lembrança da espanhola, a equipe dos Domestic Data Streamers usou modelos antigos de inteligência artificial, como o DALL-E 2. Por isso, há uma série de imperfeições na imagem.
Apesar de visualmente imperfeita, eles acreditam que esses modelos mais antigos ajudam a capturar os aspectos mais nebulosos e difusos das memórias, como aquilo que não é lembrado nos detalhes mais finos.
