Língua eletrônica pode detectar vinho estragado antes dos humanos detectarem

Uma tecnologia eletrônica identificou que um vinho branco estava estragado durante um experimento na Universidade Estadual de Washington, nos EUA. O dispositivo conseguiu detectar microrganismos na bebida uma semana após a contaminação.

Diferentemente de um ser humano, que levou mais tempo para perceber a mudança no aroma do vinho, o dispositivo eletrônico foi bem mais eficiente. Essas descobertas foram publicadas na revista Journal of Food Science.

Apesar de se chamar língua eletrônica, o dispositivo não se assemelha à língua humana. Visualmente, é uma máquina com sondas sensoriais em forma de filamentos. Ao ser imersa em um líquido, a língua eletrônica consegue analisar a presença de substâncias e microrganismos.

Segundo a cientista Carolyn Ross, a língua eletrônica pode fornecer informações importantes para os produtores de vinho, como uma “impressão digital” da bebida. Em testes, os pesquisadores acrescentaram microrganismos intencionalmente em diferentes garrafas de vinho branco Riesling e treinaram voluntários para reconhecer aromas positivos e negativos. Enquanto pessoas levaram 35 dias para detectar a contaminação do vinho, a língua eletrônica fez o mesmo em apenas sete dias.

Além de reconhecer os microrganismos contaminantes, a e-tongue também identificou micróbios cultivados a partir do vinho. A pesquisadora acredita que essa tecnologia pode ser uma aliada dos produtores de vinho, mas não substitui os métodos tradicionais de análise da qualidade da bebida.