Inteligência Artificial de bolso: Rabbit R1 segue AI Pin e acumula decepções – entenda

Apresentado na CES 2024 no início do ano, o Rabbit R1 é um dispositivo focado em executar inteligência artificial generativa. Ele possui uma proposta semelhante ao AI Pin, da Humane, e pretende ser um acessório capaz de realizar ações e tarefas através de comandos, sem depender de um celular – pelo menos teoricamente.

Recentemente disponível para venda, alguns sites de notícias internacionais já tiveram a oportunidade de testar o gadget. Ao que parece, assim como aconteceu com o AI Pin, a experiência com o Rabbit R1 não foi satisfatória.

A primeira impressão sobre o gadget é a dúvida sobre a real necessidade de sua existência. Muitas pessoas questionam a utilidade de adquirir um dispositivo por US$ 200 (cerca de R$ 1 mil em conversão direta) que realiza as mesmas funções de um aplicativo de celular.

O Rabbit R1 possui componentes semelhantes aos de um celular básico, como o processador MediaTek Helio P35, 4 GB de RAM, 128 GB de armazenamento, conectividade sem fio e slot para chip SIM com conexão 4G.

Além disso, de acordo com o desenvolvedor e jornalista Mishaal Rahman, o Rabbit R1 opera com uma versão baseada no código aberto do Android – o Android Open Source Project (AOSP), para ser mais preciso. No sistema, há um único aplicativo que executa os serviços de inteligência artificial.

Durante os testes realizados, foram identificados quatro aplicativos disponíveis no Rabbit R1: Spotify, Uber, DoorDash e Midjourney. No entanto, a seleção limitada e as funções básicas não oferecem reais benefícios aos usuários.

Em relação aos aplicativos, parece que nada funciona adequadamente, mesmo nos softwares pré-instalados. A proposta do Rabbit R1 era otimizar o tempo dos usuários e eliminar a necessidade de utilizar diversos aplicativos, porém, a realidade é diferente, com erros de execução e bugs frequentes.

O dispositivo também deixa a desejar em relação aos recursos de inteligência artificial, como traduções pouco confiáveis e serviços de localização precários.

Outro ponto negativo é a bateria de 1.000 mAh, que possui uma autonomia de cerca de seis horas e demora uma hora para recarregar. Não faz sentido um dispositivo pensado para ser um assistente não conseguir durar pelo menos um dia ligado.

No geral, as primeiras impressões sobre o Rabbit R1 são unânimes: é difícil encontrar uma utilidade para o gadget, especialmente considerando o seu preço. Uma simples atualização na Siri ou no Google Assistente já seria suficiente para tornar ambos os assistentes muito mais inteligentes e úteis do que este dispositivo.

Parece que, apesar das promessas, ainda não é o momento certo para lançar um aparelho confuso e sem um propósito claro.