Crianças e adolescentes que passam mais tempo usando celulares, videogames e assistindo televisão à noite costumam consumir menos alimentos saudáveis durante as refeições noturnas. Em vez de frutas, verduras e legumes, a dieta desses jovens tende a ser composta por alimentos ultraprocessados, ricos em açúcares e gorduras, como doces, hambúrguer e pizza.
Uma pesquisa realizada por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e publicada na “Revista de Nutrição” revelou que o uso de dispositivos eletrônicos está associado ao consumo desses alimentos prejudiciais à saúde. A análise envolveu 1.396 estudantes, com idades entre 7 e 14 anos, de escolas públicas e particulares de Florianópolis (SC).
Os resultados mostraram que o uso de um dispositivo eletrônico está relacionado a um menor consumo de frutas, verduras e legumes, enquanto o uso de dois dispositivos aumenta a chance de ingerir doces. Já o uso de três ou mais dispositivos está associado ao consumo de mais alimentos ultraprocessados e lanches.
A pesquisadora Patricia Hinnig, uma das autoras do estudo, ressaltou a importância de orientar as crianças e adolescentes sobre o uso de telas e a alimentação saudável, sugerindo a implementação de ações educativas nas escolas. O estudo, realizado desde 2002 em Florianópolis, tem como objetivo monitorar a obesidade e o sobrepeso nesse público e busca entender os fatores associados a esses problemas de saúde. A próxima edição está prevista para 2025 e terá como foco analisar o impacto da pandemia de Covid-19 nos hábitos alimentares e de atividade física das crianças e adolescentes.