A Agência de Exploração Aeroespacial do Japão (JAXA) e a NASA se uniram em uma missão para estudar segredos do Universo. Para isso, as empresas lançaram ao espaço um telescópio de raios-x capaz de captar imagens com apenas 36 pixels, o XRISM. Vale mencionar que, hoje em dia, existem celulares que fotografam com milhões de pixels.
O objetivo do telescópio, porém, não é fotografar imagens em alta qualidade. Na verdade, a máquina capta “raios-x suaves”, gerados a partir de radiação eletromagnética com energia cerca de 5 mil vezes maior que a da luz visível.
Conhecida como missão de imagem de raios-x e espectroscopia (da sigla em inglês XRISM), a estratégia é utilizar o telescópio para ampliar os estudos da humanidade a níveis celestiais com uma fração dos pixels da tela de um Gameboy original, lançado em 1989.
Isso é possível por meio de uma ferramenta chamada “Resolve”. Apesar de utilizar a medição em pixels, a tecnologia é bastante diferente de uma câmera. Com um conjunto de microcalorímetros de seis pixels quadrados que mede 0,5 cm², ela detecta a temperatura de cada raio-x que o atinge.
Como funciona o Resolve do telescópio XRISM?
Cientistas do projeto XRISM da NASA explicaram que o Resolve funciona como um espectrômetro de microcalorímetros, onde cada um dos 36 pixels mede pequenas quantidades de calor entregues por cada raio-x recebido. Isso permite ver as impressões digitais químicas dos elementos que compõem as fontes com detalhes sem precedentes.
Para produzir um espectro de raios-x entre 400 e 12.000 elétrons-volts, o Resolve precisa operar a temperaturas extremamente frias de −273,1 °C. Isso é apenas um décimo de grau mais quente que o zero absoluto – temperatura na qual todo o movimento atômico para, em teoria.
O Resolve é tão preciso que pode detectar o movimento de um corpo celeste, garantindo uma visão 3D de qualquer alvo no espaço. Os cientistas conseguem distinguir movimentos de gases mais quentes brilhando em energias mais altas do que gases frios.
Esses mapas de raios-x devem permitir aos cientistas rastrearem o movimento da matéria expelida por estrelas que morrem em supernovas explosivas. Assim, é possível descobrir mais informações sobre algumas das regiões mais quentes do cosmos, bem como algumas das maiores estruturas do universo e buracos negros.