O cometa 12P/Pons-Brooks, conhecido como “cometa do diabo”, estará visível no Hemisfério Sul, incluindo o Brasil, a partir deste domingo, quando atingirá o ponto mais próximo do Sol.
O cometa, de tipo Halley, foi avistado pela primeira vez em 1812 por Jean-Louis Pons e redescoberto de forma independente em 1883 por William Robert Brooks. Ele leva aproximadamente 71,3 anos para completar uma órbita ao redor do Sol.
Segundo o astrônomo Filipe Monteiro, do Observatório Nacional, os cometas do tipo Halley são periódicos, com períodos orbitais entre 20 e 200 anos, diferenciando-se dos cometas de longo período, cujas órbitas podem durar milhares de anos.
Não é possível afirmar se o cometa será visível a olho nu, devido à imprevisibilidade do brilho desses objetos. Por isso, pode ser necessário o uso de binóculos e telescópios para observá-lo.
No dia 23 de abril, a Lua estará cheia, o que pode dificultar a observação do cometa, pois o brilho da lua atrapalha a visualização de alvos astronômicos. Assim, a visibilidade do cometa será mais interessante algumas noites antes e depois da lua cheia.
Para observar o cometa, os observadores devem olhar para o horizonte oeste, na direção do pôr do sol. O cometa estará visível logo após o pôr do sol, primeiro abaixo da constelação de Touro e depois abaixo da constelação de Órion.
Na região Norte, especialmente no Acre, o cometa será mais visível por volta das 19h50. No Nordeste, o melhor horário de observação será entre 17h45 e 18h20, e no Sudeste, principalmente no Rio de Janeiro, por volta das 18h20.
A maior dificuldade será encontrar um local com o horizonte oeste desimpedido, pois o cometa estará baixo no céu, a cerca de 15 graus de altura.
O apelido “cometa do diabo” surgiu de uma observação realizada em 20 de julho de 2023 por um astrônomo húngaro. Durante essa observação, foi descoberto que uma explosão distorceu a forma do cometa de maneira curiosa, gerando os “chifres” que lembram a nave Millennium Falcon de Star Wars. Diversos astrônomos estão investigando as possíveis causas dessa formação, como a emissão desigual de gás e poeira pelo cometa.