Cólera volta após 18 anos ao Brasil: saiba mais sobre essa doença

Após 18 anos sem casos autóctones de cólera no Brasil, foi registrado um caso da doença no país no mês de março. O Ministério da Saúde confirmou o diagnóstico no último domingo. Segundo a autoridade, não há evidências de outras pessoas com cólera no país até o momento.

Geralmente, casos autóctones são aqueles que têm origem no local onde o diagnóstico foi feito. Ou seja, a contaminação ocorreu em solo brasileiro. Desta vez, o homem contaminado não havia viajado para outros lugares, indicando que a infecção provavelmente ocorreu em Salvador, onde ele reside.

Os últimos registros de casos autóctones de cólera eram de 2004, com 21 ocorrências, e de 2005, com cinco ocorrências. Em ambas as ocasiões, os casos ocorreram em Pernambuco.

O homem afetado pela cólera tem 60 anos e é residente de Salvador, Bahia. Ele apresentou sintomas em meados de março, incluindo dor abdominal e diarreia aquosa. Ele relatou ter usado antibióticos duas semanas antes para tratar outra doença. A bactéria Vibrio cholerae, causadora da cólera, produz toxinas que afetam o intestino, causando uma perda significativa de fluídos corporais e sais minerais.

A cólera pode provocar vômitos, cãibras e dor abdominal, levando a uma desidratação intensa e, em casos graves, à morte do paciente. Atualmente, 24 países estão lidando com surtos de cólera. A transmissão da doença ocorre principalmente pela ingestão de água ou alimentos contaminados e pelo contato pessoa a pessoa.

O novo caso da doença ressalta a importância da vigilância sanitária em regiões com saneamento básico precário. Para prevenir a disseminação de novos casos, o Ministério da Saúde considera um período de transmissibilidade da doença de 20 dias após o início dos sintomas. Apesar de existirem vacinas para a cólera, estas são recomendadas apenas para áreas endêmicas ou em situações de crise humanitária. Em outras regiões, a prevenção é feita pela melhoria do saneamento básico.