Hospital Universitário da USP coordenará validação de novos critérios para sepse em crianças.

Para simplificar a adoção dos critérios no Brasil, a Sociedade Brasileira de Pediatria divulgou um resumo com as novas diretrizes para identificar a sepse, disponível para médicos associados. Essas diretrizes devem ser incorporadas globalmente nos serviços de saúde, pesquisas científicas e controle de qualidade. Apesar das mudanças, os novos critérios não impactam o código de classificação (CID) da sepse e choque séptico. Agora, os critérios serão testados em centenas de UTIs na América Latina em estudo coordenado pelo Hospital Universitário (HU) da USP e pelo Instituto Latino Americano de Sepse (Ilas).

Diferente dos adultos, a hipotensão em crianças é um sinal de progressão avançada da doença. Por isso, a detecção da sepse em crianças pode ser mais complexa. Os novos critérios baseiam-se em uma pontuação que leva em conta sinais respiratórios, cardíacos, de coagulação e neurológicos. Além disso, a identificação da sepse pediátrica envolve uma variedade de sinais vitais diferentes da doença em adultos, devido à imaturidade do sistema imunológico e outras comorbidades.

A sepse é mais comum em países de baixa e média renda, com mais de 85% dos casos e óbitos ocorrendo nesses locais. A rapidez é crucial, principalmente em crianças, pois a sepse é uma doença tempo-sensível. A Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou a sepse como prioridade de saúde global. Estudos indicam que a sepse impacta significativamente os leitos de UTI pediátrica no Brasil e a mortalidade decorrente da doença.

A Sepse pode ser desencadeada por diversos agentes infecciosos e a reação descontrolada do sistema imunológico é o fator determinante para a complicação do quadro. A sepse pode ser fatal, mesmo atingindo apenas um órgão. A atenção a esses critérios é vital para garantir o diagnóstico precoce e a redução da mortalidade decorrente da sepse.