Primeira Rede de Criptografia Quântica do País Deve Unir Cinco Instituições de Pesquisa

Na cidade do Rio de Janeiro, sobre a baía de Guanabara, um feixe contínuo de laser verde percorre 6,8 quilômetros até chegar ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), no bairro da Urca. A fonte desse feixe de luz está localizada no Instituto de Física da Universidade Federal Fluminense (UFF), do outro lado da baía, em Niterói. Esse laser faz parte da implementação da primeira rede experimental de comunicação baseada em propriedades quânticas no Brasil, chamada Rio Quântica.

Além da conexão óptica entre as instituições UFF e CBPF, a rede interliga, por cabos de fibra óptica, a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio) e, em breve, o Instituto Militar de Engenharia (IME). O objetivo é utilizar a criptografia quântica para transmitir dados com segurança.

Enquanto a criptografia tradicional utiliza bits clássicos (sequência de 0 e 1) para codificar informações, a comunicação quântica trabalha com qubits, que podem assumir dois valores simultaneamente. Essa propriedade, baseada no emaranhamento quântico, torna a criptografia quântica extremamente segura.

A implementação da rede é um processo complexo, porém os testes iniciais já mostram que alguns canais de comunicação estão funcionando corretamente. O financiamento para o projeto veio de diversas fontes, como a FAPESP, o CNPq e a Finep.

Além da Rio Quântica, outras redes quânticas metropolitanas estão sendo desenvolvidas no Brasil, como a Rede Quântica Recife e a rede em São Carlos. Projetos semelhantes também estão sendo implementados em outros países, como a China.

No Brasil, a implementação de redes de comunicação quântica é um passo importante para a segurança de sistemas de informação no futuro.