Uma língua eletrônica conseguiu detectar que um vinho branco estava estragado durante um experimento na Universidade Estadual de Washington, nos EUA. No teste, o dispositivo demonstrou habilidade para identificar microrganismos na bebida apenas uma semana após a contaminação.
Em comparação, uma pessoa levou aproximadamente quatro semanas a mais para perceber a mudança no aroma do vinho. Essas descobertas foram publicadas na revista “Journal of Food Science”.
A língua eletrônica, apesar de receber esse nome, não se parece com uma língua humana. Na verdade, a semelhança está apenas nas sondas sensoriais organizadas em forma de filamentos. Quando imersa em um líquido, os sensores do dispositivo conseguem analisar a presença de diversas substâncias e microrganismos.
De acordo com Carolyn Ross, a cientista responsável pelo desenvolvimento da língua eletrônica, o dispositivo pode criar uma espécie de “impressão digital” de um vinho, coletando informações importantes para os produtores da bebida.
Durante os testes realizados, os pesquisadores adicionaram intencionalmente quatro microrganismos a diferentes garrafas de vinho branco Riesling. Os micróbios em questão são contaminantes comuns nesse tipo de bebida, geralmente resultando em deterioração do líquido e odores desagradáveis.
Enquanto os voluntários treinados levaram pelo menos 35 dias para detectar a contaminação do vinho, a língua eletrônica conseguiu realizar a mesma detecção em apenas sete dias.
Além de reconhecer os microrganismos contaminantes do vinho, a língua eletrônica também identificou os micróbios cultivados a partir do vinho em uma placa de Petri. Junto com a análise do aroma, esses são os dois métodos tradicionalmente utilizados pelos vinicultores para identificar possíveis defeitos na bebida.
Portanto, Ross acredita que a língua eletrônica pode ser uma ferramenta útil para os produtores de vinho, embora seja apenas um complemento aos métodos já existentes, não um substituto.