11 meses de recorde temperatura anormal da Terra vai completar um ano

Abril de 2024 entrou para a história como o mês mais quente já registrado. Superando as marcas anteriores, este mês se destaca em uma sequência de onze meses consecutivos de temperaturas recordes no clima do mundo.

Segundo o serviço de monitoramento climático Copernicus, o último mês de abril ultrapassou os limites conhecidos. Ele foi 2,84 graus mais quente do que a média estimada para o período de referência pré-industrial de 1850 a 1900.

As médias globais de temperatura não apenas excederam os registros históricos, mas continuaram a tendência de aquecimento. O recorde de calor acontece mesmo com o enfraquecimento do fenômeno El Niño. Por isso, especialistas enfatizam que a influência humana no clima é a principal responsável por essa escalada térmica.

Hoje, a maior ferramenta global para tentar frear o aquecimento global, o Acordo de Paris, de 2015, visa limitar o aquecimento a 2 °C, e idealmente a não mais do que 1,5 °C. Contudo, o acordo não tem tido o efeito que os ambientalistas esperavam.

A taxa de aumento na temperatura global do ano passado só era estimada para acontecer no final deste século. Assim, por causa do ano mais quente da história, o gelo marinho da Antártida alcançou os menores níveis recordes durante oito meses do ano passado.

A OMM (Organização Meteorológica Mundial) classificou o El Niño de 2023-2024 como um dos cinco eventos mais intensos já registrados desde o início dos registros modernos. De acordo com a organização, o atual El Niño — que começou a se formar em meados de 2023 — atingiu temperaturas superficiais do mar significativamente mais altas do que a média, levando a mudanças drásticas nos padrões climáticos em todo o mundo.